quinta-feira, 8 de maio de 2008

Nova oportunidade...



As batidas cardíacas são lentas e sem ritmo como uma brisa que deixa de soprar sem que notemos. O cansaço entranha-se por entre as fendas da alma e faz-nos esquecer de como se respira… de como se sonha… de como se vive… Cansaço das mesmas manhãs, tardes e noites… sempre os mesmos actores com guiões sem história… cenários aborrecidos e sem cor…

Subitamente o corpo quebra e a mente apaga-se... talvez já nada mais haja a dizer ou ninguém para ouvir… cada silêncio anula uma batida cardíaca… talvez mais não exista do que essa certeza de um caminho inaudível onde a paisagem não muda e nenhuma alma se cruza com a nossa… O silêncio tem destas coisas… A solidão tem destas coisas… O medo tem destas coisas… A indiferença tem destas coisas… A certeza vã tem destas coisas…

Quis forçar-me a acordar, a mudar o rumo do meu navio, mas o destino mantém-se o mesmo… terra de ninguém… nada desaparece… tudo se transforma… e aqui estou eu a meio do meu processo de transformação… talvez me misture de vez com o pano de fundo e cesse de existir por entre a poeira da estrada ou talvez me renove e renasça das chamas como uma fénix gloriosa na beleza da sua certeza de vida e da conquista de paz… talvez…

O cansaço permanece, mas se dantes era ininterrupto e castrador, hoje parece-me um pouco mais domado, viajando pelo meu corpo e alma em guinadas de dores paralisantes mas espaçadas… por entre cada espaço o ar parece circular e as palavras renascem num parto lento e doloroso… e aos poucos a brisa regressa pronta para ajudar a varrer o cansaço… e talvez depressa a brisa se transforme em vendaval e limpe a estrada de todo o entulho que não interessa guardar e o caminho surja um pouco mais leve e apetecível de percorrer… até lá…

P.S. – A todos aqueles que comentaram o meu último post, o meu muito obrigado pelo apoio… de coração :) … por enquanto o blog mantém-se… vamos ver até quando…

4 comentários:

Anónimo disse...

Entretanto, é o meu que começa a fraquejar. Mas há que findar, para recomeçar. Ainda bem que te vejo com novo ânimo. Eu, como vês, não desarmei, e por aqui vou continuando a passar. Beijo!

Miss Vesper disse...

conheço esse cansaço, mas acho que a palavra certa é mesmo essa que utilizaste - domado. Domar o cansaço, os demónios, esses vampiros internos que tudo deixam em carne viva. Domar para não deixar que esse cansaço consuma toda a brisa que vale a pena sentir lá fora... Quanto mais não seja porque vale a pena, por aqueles que não desarmam ;)

nao desarmo, ponto.

um beijinho mt grande e mais uma vez obrigada pelo teu comment;)

Moi disse...

Ora aí está. è a primeira vez, mas espero que este electrochoque te faça voltar à vida. Que tal outra actividade (que sempre quiseste e nunca tiveste a coragem para experimentar) e uns passeios no campo... São sugestões... Solta esse cansaço por mais energia.
Abraço. Beijo. (não desistas)

Jj

Anónimo disse...

je te comprends bien. :) fico contente por ti. Um beijinho.